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Design. Desígnio? Desenho? Projeto? Se a própria tradução isolada da palavra original em inglês ainda gera certa tensão, o que ocorre então quando esse termo aparece vinculado também à outras áreas limítrofes como a arquitetura e a engenharia?

Cláudia Facca, Matéria Publicada por:
http://chocoladesign.com

Design. Desígnio? Desenho? Projeto? Se a própria tradução isolada da palavra original em inglês ainda gera certa tensão, o que ocorre então quando esse termo aparece vinculado também à outras áreas limítrofes como a arquitetura e a engenharia? Se pensarmos no design como uma atividade projetual que planeja a existência de algo no futuro, isto pode se manifestar em qualquer área do conhecimento.

Não é novidade discutir as relações entre o design, a arquitetura e a engenharia. Como áreas de desenvolvimento de projetos embora similares em muitos aspectos, se apóiam em conceitos, pesquisas, metodologias e formas de concepção distintas mas que convivem (ou precisam conviver) de forma complexa num ambiente múltiplo cada vez mais exigente.

O design é relativamente novo, se considerarmos sua existência de cerca de cento e cinquenta anos (uma idade difícil de precisar historicamente) comparada à arquitetura ou à engenharia que existem há milhares de anos. Então como uma disciplina “imatura” pode contribuir num cenário tão consolidado?

Estes três campos, ora adversários, ora aliados articulam elementos que caracterizam uma transdisciplinaridade. Entender como o conhecimento passa entre, além e através das disciplinas que fazem parte do universo de cada área pode colaborar para uma maior compreensão da realidade que todos buscam. Os objetivos finais são comuns em todo projeto – atender uma necessidade, solucionar problemas, gerar soluções criativas, inovadoras e viáveis, pensar no meio-ambiente, deixar o cliente ou usuário satisfeito – mas como encontrar caminhos que aproveitem ao máximo as qualidades específicas de cada disciplina, mas que respeitem suas individualidades?

Uma disciplina, para ser reconhecida como tal deve ter seu próprio objeto de estudo, sua terminologia (linguagem) específica, sua metodologia (procedimentos) que, juntos formarão sua tradição histórica. A engenharia tem sido identificada por aspectos primordialmente tecnológicos, ligados sempre à uma viabilidade técnica. A engenharia mecânica, por exemplo, está focada no desenvolvimento, manufatura, operação e administração do processo produtivo, enquanto o engenheiro civil planeja, projeta, executa, supervisiona e fiscaliza os trabalhos relacionados com a construção, operação e manutenção de edifícios, pontes, rodovias, aeroportos e obras similares. A arquitetura por sua vez traz uma bagagem cultural que considera aspectos humanos, técnicos e estéticos não necessariamente ligados a uma produção. Refere-se ao projeto e edificação do ambiente habitado pelo ser humano, à organização do espaço e de seus elementos. O design por sua vez está se afastando da definição inicial como uma disciplina que simplesmente elabora projetos de produtos que serão produzidos em série para se tornar, segundo o International Council of Societies of Industrial Design (ICSID):

“uma atividade criativa cuja finalidade é estabelecer as qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus sistemas, compreendendo todo seu ciclo de vida. Portanto, design é o fator central da humanização inovadora de tecnologias e o fator crucial para o intercâmbio econômico e cultural. O design procura identificar e avaliar relações estruturais, organizacionais, funcionais, expressivas e econômicas, visando: ampliar a sustentabilidade global e a proteção ambiental (ética global); oferecer benefícios e liberdade para a comunidade humana como um todo, usuários finais individuais e coletivos, protagonistas da indústria e comércio (ética social); apoiar a diversidade cultural, apesar da globalização do mundo (ética cultural); dar aos produtos, serviços e sistemas, formas que expressem (semiologia) e sejam coerentes com (estética) sua própria complexidade. O design está relacionado aos produtos, serviços e sistemas concebidos com as ferramentas, organizações e a lógica introduzidas pela industrialização – não apenas quando produzidos em série. Assim, o design é uma atividade que envolve um amplo espectro de profissões nas quais os produtos, serviços, gráficos, interiores e a arquitetura participam. Juntas, estas atividades devem realçar – relacionando-se com outras profissões – o valor da vida.”
Atualmente, o universo do conhecimento tem se tornado cada vez mais vasto e diversificado, o que torna necessária uma adaptação da humanidade aos novos saberes. Segundo Basarab Nicolescu, Físico Teórico do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e Presidente do Centre International de Recherches et Études Transdisciplinaires (CIRET) em Paris, quando se fala em relacionar várias disciplinas pode-se fazer uma abordagem multi, inter ou transdisciplinar. Uma abordagem multi ou pluridisciplinar ocorre quando diz respeito ao estudo de um objeto de uma única e mesma disciplina, efetuado por diversas disciplinas ao mesmo tempo (por exemplo a história do Brasil que pode ser estudada sob o ângulo do design, da engenharia ou da arquitetura). A abordagem interdisciplinar refere-se a um determinado conhecimento que transita entre diferentes disciplinas (por exemplo o cálculo matemático que poderá ser transferido e aplicado em um projeto de um edifício ou de uma máquina ou de um produto). A abordagem transdisciplinar, segundo o autor, envolve aquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de toda e qualquer disciplina. Sua finalidade é a compreensão do mundo atual, para a qual um dos imperativos é a unidade do conhecimento. Esta nova forma de pensar baseada no “trans” exige um conhecimento e um comportamento que atravesse e ultrapasse a forma como as disciplinas estão organizadas até agora e que coloque como elementos centrais o ser humano e o ambiente que o cerca acima de tudo.

Será que podemos nos atrever a dizer que o design pode se candidatar para ser um “hospedeiro” dessa nova abordagem? O design, numa trajetória inversa à da arquitetura e da engenharia, ao invés de estar se especializando, se tornando restrito, de limitar sua área de atuação está, justamente ampliando seus horizontes ao absorver, na prática, profissionais com outras formações projetuais. Talvez isto esteja acontecendo pela pouca idade, pela falta de limites rígidos ou pelo fato de que as atividades ligadas ao design antecedem o surgimento da própria figura do designer. Como atividade projetual, o universo de atuação do designer, embora mais amplo, talvez seja menos complexo (o que não significa necessariamente que seja mais fácil), o que acaba permitindo este intercâmbio. Obviamente, nem todos os especialistas estão aptos a desenvolver qualquer projeto e isto se agrava mais no momento em que o risco envolvido no processo aumenta. Esse movimento muitas vezes acaba sendo, portanto, unilateral. Historicamente é mais comum ver arquitetos-designers ou engenheiros-designers do que designers que se “aventuram” no campo de atuação da arquitetura ou da engenharia.

No cenário atual, o papel do design está mudando: deixou de ser uma mera etapa do processo de desenvolvimento, onde tinha a tarefa de tornar os produtos esteticamente mais agradáveis aos consumidores. Hoje, o design está sendo solicitado a gerar ideias que melhor traduzam as necessidades e desejos desses consumidores. Esse é o conceito do design thinking, proposto por Tim Brown, CEO e presidente do renomado escritório americano de design e inovação IDEO. Trata-se de “uma metodologia que imbui a todo o espectro de atividades relacionadas à inovação um éthos do design centrado no ser humano”. Posto de uma forma mais simples, “é uma disciplina que usa a sensibilidade e os métodos do designer para combinar as necessidades das pessoas com o que é factível tecnologicamente e o que uma estratégia viável de negócios possa converter em valor ao consumidor e em oportunidade de mercado”. É a forma de pensar e de ver as coisas sob os diferentes ângulos do designer que será possível transformar o modo como os produtos poderão ser desenvolvidos: identificando aspectos do comportamento humano, agregando novos valores e significados às soluções do futuro, convertendo tudo isso em benefício ao consumidor e ao negócio.

É preciso que haja um pensamento organizador e integrador, que não discuta particularmente cada especialidade comparando suas características e apenas somando informações, mas sim uma corrente que entrelaça esse conhecimento, ampliando as possibilidades de interação, criando condições para a potencialização da criatividade. Afinal, todos nós podemos ser designers!

Podemos perceber o reflexo da passagem de conhecimento de uma área para outra quando analisamos a produção de alguns profissionais:

O cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico italiano Leonardo da Vinci reconhecido pelo seu talento artístico e pelas suas enormes capacidades de invenção e engenhosidade tecnológica:

    

Monalisa – Homem Vitruviano – Máquina Voadora

  • A arquiteta iraquiana Zaha Hadid amplia as fronteiras da arquitetura ao reproduzir uma estética visionária na transição que os ambientes exercem sobre os diversos campos do design:

    

Abu Dhabi Performing Arts Centre – Sandália Melissa – Zcar

  • O designer e arquiteto de interiores francês Philippe Starck que projeta sua irreverência em produtos, ambientes e modernos edifícios, numa grandiosa expressão simbólica de formas e espaços:

     

(Wireless speakers Parrot) – Restaurante Ramses (Madrid) – Asahi Building (Tokyo)

  • O arquiteto, urbanista e pintor francês Le Corbusier reconhecia o essencial e atemporal aplicando seu grande poder de síntese nas formas arquitetônicas funcionalistas e em seu mobiliário chamado de equipamento de habitação:

     

Modulor (sistema modular clássico) – Poltrona LC2 – Unidade Habitacional de Marseille

  • Os Irmãos Campana – o advogado (Humberto) e o arquiteto (Fernando) que fazem design de produtos, móveis, moda, paisagismo, cenografia e projetam espaços tendo uma compreensão de todo o ambiente ao fazer design com arte, utilizando materiais comuns:

  

Texto de Cláudia Facca

(Sugestão do Blog da Mulher Gorila, aproveite para conhecer a linha de criação de sites, webdesign e mídia on-line para arquitetos)

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